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terça-feira, janeiro 11, 2011

Momento Prelúdio da Bachiana n° 4 de Villa Lobos


É possível ouvir uma música e entender o sentido real da composição de uma harmonia e/ou da letra elaborada cautelosamente por um desconhecido?
Aqui estou eu, ouvindo essa canção.
Desde muito criança ouvia, nos momentos em família, as músicas que meu pai colocava lá naquela vitrola, e eu junto dos meus irmãos e minha mãe contemplávamos momentos de comunhão musical. Ele, meu pai, sentadinho em sua "cadeirinha de papai", já mostrando a infinita possibilidade de me tornar uma 'ouvinte consciente'. A liberdade que vem das notas subsequentes de uma música, o sentido explosivo da libertação de um sentimento que nem eu, nem ninguém sabia qual era, mas sabíamos que existia.
Agora, entendo a grande importância dos meus momentos musicais, com meu pai. Ah... só posso dizer uma coisa: "Que delícia!".
Eu refletia, naqueles singelos momentos, sobre o sentido de a música existir. Sentidos que aguçavam, cada vez mais, meu paladar musical.
Desde então me pergunto, sempre que ouço uma canção, seja ela qual for e seja qual o estilo que tenha, como conseguem eles, criarem coisas tão chocantes?
Não são apenas notas lidas em uma partitura e nem mesmo palavras jogadas ao vento. São sentidos livres. E música é também liberdade.
Se é possível, nós, meros mortais, compreendermos o verdadeiro sentido de uma composição, acho que seria equívoco afirmar. Claro que o compositor parte de um contexto histórico individualista. Mas, vão-se as pessoas e ficam as músicas e junto delas o desapego e a liberdade de uns e outros que nos ensinam a viver, a refletir e a amar, através de suas jóias caridosas.
Será, então, que são eles mestres enviados para nos ensinar a caridade e nos mostrar que existem outras coisas para se mostrar?
Ele compõe, eu escuto. Você escuta, você sente. Tem o mesmo sentido? E não faz sentido?
A música tornou-me um vício...

Donna